quarta-feira, 14 de outubro de 2009

uma rainha chamada agatha

Em setembro de 1890, nascia aquela que, muitas décadas mais tarde, seria conhecida como a "Rainha do Crime". É claro que naquele ano, a pequena Agatha Mary Clarissa Mallowan não imaginava, nem em seus sonhos mais loucos de bebê, que se tornaria mundialmente conhecida, e que seria autora de mais de 80 livros. Mas foi o que aconteceu.

Agatha passou a ser Christie depois do casamento, em 1914, com o Coronel Archibald Christie. (Archibald é o sobrenome do Nate, do Gossip Girl. Essa informação é absolutamente desnecessário ao andamento do post). Eles se divorciaram em 1928, mas o sobrenome ficou. Agatha, que não era boba nem nada, casou-se de novo em 1930, com o arqueólogo Sir Max Mallowan, que era 14 anos mais novo. Danadinha!

Você pode achar que é um fracassado, por ter 20 e poucos anos e não ter feito nada da vida ainda. Quando estiver assim, pense que Agatha Christie só teve seu primeiro livro publicado quando ela tinha 30 anos - e olha só no que deu. Na verdade, ela começou a escrever por influência materna - Agatha estava entediada em casa, se recuperando de uma forte gripe, quando a mãe lhe disse para passar o tempo escrevendo um conto. Depois disso ela continuou a escrever. Quando já era famosa, disse que, durante muitos anos, se divertiu escrevendo histórias melancólicas, em que a maioria dos personagens morria.

E ela não parou de escrever livros onde as pessoas morriam - mas dessa vez, o óbito não mais acontecia por causa de drama e melancolia, e sim por causa de um assassinato. Mas nunca um assassinato simples e fácil. Agatha foi pioneira ao fazer com que os desfechos de seus livros fossem extremamente impressionantes e inesperados, sendo praticamente impossível ao leitor descobrir quem é o assassino.

Em muitos livros, venenos são utilizados. Isso por que, durante a Primeira Guerra Mundial, Agatha trabalhou em um hospital e em uma farmácia, funções que influenciaram seu trabalho e a tornaram familiar com os compostos venenosos.

E não só ardilosos criminosos saíram da genial mente da Rainha do Crime - ela criou os famosos personagens Hercule Poirot, Miss Marple, Tommy e Tuppence Beresford e Parker Pyne, que desvendam os crimes.

Para mim, o melhor é e sempre será o Hercule Poirot, um personagem belga, convencido e estravagante. Charmoso, sempre com o bigode bem aparado, Poirot é extremamente organizado e metódico - quase um Monk, mas sem as manias exageradas e bizarras. Ele se acha O CARA, e às vezes é bem chatinho, mas mesmo assim ele é incrível! Ao contrário dos outros grandes detetives da Scotland Yard, Poirot diz que pode resolver um crime estando "apenas sentado na sua poltrona". Ele compara os seus colegas a "cães de caça humanos", pois eles usam as pequenas pistas no chão, as pegadas e as impressões digitais como método de trabalho; enquanto que Poirot usa, como único meio, a psicologia humana e o que ele chama de "massa cinzenta". Não é um detetive de ação, mas meramente dedutivo.

Outra personagem muito querida é a Miss Marple. Sempre tranquila, tricotando, consegue resolver os casos sem muito esforço.

Tanto ela como Poirot já apareceram no telão. O cinema usou vários dos livros de Agatha Christie para adaptação, estando alguns filmes recheados de estrelas de Hollywood. A televisão também fez várias adaptações de muitos casos de Miss Marple e de Poirot.
Para quem nunca teve o prazer de virar páginas de Agatha Christie febrilmente, até descobrir quem, diabos, é o maldito assassino, recomendo começar pelo melhor de todos: O caso dos dez negrinhos. Não tem Poirot nem Miss Marple, mas o enredo é de uma genialidade que, quando você termina o livro, fica embasbacado e diz "puta que pariu, essa mulher é o cara!" (foi o que eu fiz, nas duas vezes que li esse livro).
A LPM está relançando vários sucessos da Agatha, em versões pocket. Elas são ótimas e tem um preço pra lá de bacana, mas eu gosto mesmo é de garimpar livros dela em sebos. Se forem em inglês, me empolgo mais ainda. Vá atrás - e boa leitura!

2 comentários:

ticoético disse...

Já tinha lido Agatha,mas não conecia muito sua história,mas enfim,belo post.
abraço !

Jefferson Cristian Machado; disse...

Adorei a descrição do Poirot, ele é fantástico e, apesar de estranho, é um grande exemplo pra todos em seu método.